O estresse vem tornando-se um problema com dimensões cada
vez maiores nas organizações, tendo como algumas causas o a falta de tempo para
concluir os serviços e a necessidade de realizar muitas tarefas diferentes ao
mesmo tempo. O estresse ocupacional refere-se aos estímulos do ambiente de
trabalho que exigem respostas adaptativas por parte do trabalhador e que
excedem sua habilidade de enfrentamento. Estes estímulos são chamados de
estressores organizacionais.
Foi Hans Selye que, em 1926, utilizou este termo pala
primeira vez, definindo o estresse como "um conjunto de reações que o
organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço para
adaptação", pois já havia notado que muitas pessoas que sofriam de várias
doenças reclamavam dos mesmos sintomas como, por exemplo, falta de apetite,
pressão alta, desânimo e fadiga.
Podemos dizer que estresse é uma alteração psicofisiológicas
do organismo, observável através de sintomas físicos e psicológicos, para
reagir a uma situação de tensão e opressão. O estresse é um processo e não uma
reação única, pois a partir do momento em que uma pessoa é submetida a uma
fonte de estresse, um longo processo bioquímico instala-se, cujo início
manifesta-se de maneira bastante semelhante, por sintomas como taquicardia,
sudorese excessiva, tensão muscular, boca seca e sensação de estar em alerta.
Estresse no trabalho é o resultado de um conjunto de várias
situações ou condições, que são potencialmente desestabilizadoras, em razão de
incongruências ou falta de adaptação entre pessoas e ambiente, e pode
manifestar-se como problemas de saúde física ou emocional e ainda como
alterações de comportamento no trabalho e em casa. Sintomas físicos: dores de
cabeça, tensão muscular, dores das costas e no pescoço, cansaço excessivo,
problemas de sono e no sistema digestivo, taquicardia, suor excessivo,
diminuição da libido, entre outras.
As condições de trabalho são geradoras de fatores
estressantes, quando há deterioração das relações entre funcionários, com
ambiente hostil entre as pessoas, perda de tempo com discussões inúteis,
trabalho isolado entre os membros, com pouca cooperação, presença de uma
inadequada abordagem política, com competição não saudável entre as pessoas.
O estresse ocupacional, assim como as outras formas de
manifestação desse fenômeno, não é necessariamente uma doença ou algo que deva
ser eliminado totalmente do cotidiano das pessoas, principalmente porque está
associado ao mecanismo de sobrevivência dos indivíduos. O estresse, quando se
manifesta dentro dos limites toleráveis que são específicos e únicos para cada
indivíduo, faz parte de nossas vidas. Viver pressupõe estar em condições nas
quais o estresse necessariamente se manifestará.
É impossível determinar todos os impactos causados pelo
estresse nos funcionários, sendo que pessoas diferentes reagem biológica e
psicologicamente de forma igualmente distinta ao processo de estresse. Nas
organizações, o estresse pode gerar absenteísmo, rotatividade, afastamento por
doenças, conflitos interpessoais, acidentes de trabalho, dentre outros.
Embora o estresse não seja doença, é papel do gestor de
pessoas monitorar constantemente como ele se manifesta no ambiente laboral,
avaliando suas consequências e seus impactos, seja na saúde dos indivíduos seja
nos resultados organizacionais.
Não existem soluções únicas e receitas milagrosas para se
lidar com o estresse. Cada contexto requer uma análise, de preferência com a
participação de profissionais de diversas competências tais como médicos do
trabalho, gestores de Recursos Humanos, psicólogos, dentre outros. E para cada
situação específica, uma solução que seja construída de forma participativa e
interativa, envolvendo também os colaboradores.
A mudança de atitudes permite uma melhor forma de lidar com
os fatores estressantes presentes no ambiente de trabalho, principalmente
quando há o investimento em relações humanas saudáveis, baseadas em situações
de valorização e apreciação de pessoas.
Intervenções que podem ser adotadas com o objetivo de
gerenciar os níveis de estresse pessoal e organizacional: técnicas de
relaxamento, alimentação balanceada, exercício físico regular, repouso, lazer e
diversão, sono apropriado às necessidades humanas, psicoterapia e vivências que
favoreçam o autoconhecimento, administração do tempo livre para atividades
ativas e prazerosas, medicação, com supervisão médica.
O uso de metas específicas, que sejam percebidas como
tangíveis, reduzem as incertezas e, consequentemente, o estresse ocupacional. É
necessário dar aos empregados responsabilidade, trabalhos significativos e
maior autonomia, fatores que podem reduzir o nível de estresse. Clareza na
comunicação permite maior transparência no relacionamento entre empresa e
colaborador, contribuindo no controle do estresse.
Por Ligia Henz para o RH.com.br
Fonte: Boletim RH
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