Empresas devem acelerar revisão
para adequação ao eSocial, aponta Thomson Reuter
Segundo levantamento realizado na
última quarta-feira (14), em São Paulo, durante a 2ª Conferência eSocial, foi
confirmado a importância das empresas iniciarem o quanto antes a revisão de
seus processos para adequação ao eSocial - nova etapa do projeto SPED, que
impactará 100% das empresas atuantes no Brasil e, consequentemente, todos os
trabalhadores.
O evento, promovido pela Thomson
Reuters, reuniu cerca de 900 gestores e decisores de negócios de diferentes
áreas e segmentos da economia e contou com análises feitas pela Deloitte, EY e
KPMG. Eles compartilharam suas preocupações e discutiram os desafios e os reais
impactos do eSocial para o mercado, para os gestores das diferentes áreas das
empresas e, principalmente, para a alta cúpula de decisão (C-level), com base
nas experiências práticas de organizações que já iniciaram o trabalho para
perfeito cumprimento da nova obrigatoriedade.
Para 92% dos entrevistados, a
adequação para atender as exigências do eSocial não é tarefa simples: 26,6% estima
que será necessário um período de pelo menos 3 a 6 meses para garantir que
estarão devidamente preparadas para cumprir as novas regras; 48,9% trabalham
com a perspectiva de 6 a 12 meses para esse processo de adequação; e outros
16,5% acreditam que o tempo para os devidos ajustes ultrapassará um ano. Apenas
8% dos entrevistados entende que serão necessários menos de 3 meses para se
adequarem e cumprirem os requerimentos do eSocial.
A pesquisa mostrou também que
82,6% dos entrevistados acreditam que o eSocial irá gerar uma mudança ampla e
complexa nos negócios da empresa. Além disso, 67% já estão trabalhando com uma
equipe dedicada para que a implementação aconteça (60,4% estão em fase de
mapeamento e integração dos sistemas de origem, e trabalham atualmente para
criar uma agenda contínua de monitoramento do eSocial).
Em relação ao cenário de
adaptação e necessidade de adoção de um sistema informatizado que atenda todas
as exigências da nova obrigação, 47% afirmaram já ter investimentos planejados
para aquisição dos novos softwares por entenderem que isso será necessário para
garantir a perfeita adequação de seus processos.
Em consideração a multiplicidade
dos eventos que deverão ser reportados por meio do sistema eSocial, 78,4%
consideram que a prorrogação do prazo foi positiva já que permitirá elevar a
qualidade do processo e das informações requeridas. Dentre as empresas que já
iniciaram o processo de revisão e adequação de sistemas, 44,4% estão na etapa
preliminar, com grupos de trabalho criados; 32,6% já iniciaram a implementação
dos novos sistemas de software requeridos; e outros 0,7% estão na fase de
testes. Os restantes 22,3% ainda aguardam pela definição de fornecedores ou
estão em processo de terceirização do projeto.
"Esses resultados representam
um avanço importante no desafio de assegurar que as empresas tenham pleno
conhecimento dos reais impactos que o eSocial trará para que possam reduzir ao
máximo os riscos para seus negócios, para os trabalhadores e prestadores de
serviços", diz Vitória Sanches, especialista em Soluções de Tax &
Accounting da Thomson Reuters no Brasil e idealizadora do Núcleo de Gestão do
Conhecimento (NGC eSocial) - projeto piloto que reúne representantes de
diferentes áreas e segmentos de empresas para avaliar os desafios de
implantação dessa nova etapa do projeto SPED, considerada a mais complexa.
"Quando estiver em pleno
funcionamento, o eSocial unificará o envio dos dados sobre as relações de
trabalho para o Governo Federal, exigindo que as empresas prestem suas informações
de maneira 100% integrada. Como arquitetura de inteligência fiscal, o projeto
do eSocial terá a capacidade de relacionar as informações, apurar as
inconsistências e inconformidades, além de registrar e aplicar as penalidades
fundamentadas na legislação fiscal, trabalhista e previdenciária. Por isso, não
se pode imaginar que tudo se resolverá nas mãos dos departamentos de Recursos
Humanos", alerta Victoria.
Segundo ela, os profissionais
de Jurídico, Compliance, Engenharia,
Medicina e Segurança do Trabalho, Marketing, Fiscal e Tributário,
Contabilidade, Finanças, Operações, Compras, TI e, principalmente, da alta
cúpula de gestão e decisão (C-level) devem trabalhar conjuntamente com o RH,
primeiramente para diagnosticar a atual situação de suas empresas e, em
seguida, num plano de ação para garantir todas as adequações e investimentos
necessários: "Todo esse processo exige treinamento de pessoas, organização
interna de dados, adequação das plataformas tecnológicas e a inplementação de
novos sistemas de software que permitam a convergência dos dados a serem
reportados ao Governo. Exige, portanto, tempo para que essa revisão na
governança corporativa se estaleça com segurança e eficiência".
Alguns desafios persistem,
conforme indicam os resultados colhidos na pesquisa: uma parcela significativa
de empresas (37%) entende a complexidade do processo, mas ainda não decidiu por
que modelo tecnológico optar; 22% dizem não ter ainda conhecimento profundo
sobre riscos e impactos do eSocial; e 17,4% acreditam ser possível aguardar
pela publicação da Portaria Interministerial para então iniciar seus processos
de revisão e adaptação para atender a nova obrigação.
Fonte: Diário Comercio Industria &
Serviços
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