Por menor que seja a empresa, sempre haverá um ou mais funcionários exercendo sua atividade com o auxílio de um computador conectado à internet. O problema é que a "Evolução" tecnológica, especialmente no ambiente de trabalho está tão presente na vida das pessoas que se não for bem utilizada pode tornar-se uma arma tanto para as organizações como para os empregados.
Muitos empregadores estão utilizando programas que permitem monitorar o uso de todas as mensagens trocadas pelo empregado, rastreando todos os sites e tudo o que este faz durante sua jornada de trabalho. Tudo isso porque num mercado cada vez mais competitivo, o vazamento de informações confidenciais também se tornou grave problema para os empregadores. Além disso, a competitividade exige que os profissionais estejam focados em suas tarefas, mas infelizmente eles acabam perdendo-se em seus afazeres diários, não sabendo separar o lado profissional do pessoal; fazem mau uso das ferramentas que a empresa coloca a disposição para seu trabalho.
Com isso, fazem uso indevido das conexões atrevidas na internet e até de informações obtidas. Isso está acontecendo porque as organizações, de modo geral, preocupam-se muito com a tecnologia e pouco com as pessoas, e, claro, não adianta ocupar-se somente com as máquinas e não orientar os funcionários.
Os gestores, ao invés de monitorar as máquinas para posteriormente punir os empregados, deveriam, por exemplo, refletir em como tirar proveito das redes sociais e ensinar os colaboradores a se comportar nelas, e não simplesmente bloquear seu acesso. A empresa acaba adquirindo imagem antipática e centralizadora para os colaboradores.
O monitoramento é necessário, pois garante a segurança de uma série de informações, porém as pessoas precisam ser orientadas de como devem agir no ambiente virtual novo, que exige extrema profissionalização. O empregado deve dedicar-se, durante sua jornada, exclusivamente a seu trabalho e entender que o e-mail corporativo é para ser utilizado com fins profissionais; que as planilhas que ele desenvolve na empresa não são deles; que a comunicação e o acesso às redes sociais, não devem ocorrer durante o trabalho, pois tais interrupções podem causar prejuízos a ele, e como consequência, ao empregador.
Que o telefone, a máquina de xerox devem ser utilizadas única e exclusivamente para o trabalho. Como isso, geralmente não acontece, os empregadores estão investindo pesadamente em programas "dedo-duro", os quais monitoram todos os passos do empregado durante o expediente de trabalho, preferindo então agir pela punição e não pela orientação.
Não obstante, os empregados, talvez por desconhecimento, usam e abusam das ferramentas de trabalho, e esse abuso tem causado um número cada vez maior de demissão por justa causa, ora porque violam as regras da empresa, acessando sites impróprios, ora porque utilizam o e-mail corporativo para assuntos particulares, ora porque o tráfego indevido de informações, assim como a quebra de sigilo traz prejuízos à organização.
A verdade é que estamos vivendo um novo modelo nas relações de trabalho cuja competitividade exige a prática da profissionalização, tanto dos empregadores como dos empregados e aí cada um tem que cumprir seu papel da melhor da maneira possível. As grandes e médias empresas utilizam prática da governança corporativa, profissionalizando processos, normas, regras e políticas, por isso os profissionais devem prezar pela prática da gestão de si próprios, preocupando-se com o desenvolvimento de suas competências técnicas e comportamentais.
Quando tudo isso não acontece, o profissional invariavelmente tem vida curta nas organizações.
Para que as organizações tornem as relações de trabalho profissionalizadas e mais amenas, o meio termo ainda é a solução mais adequada. Isso pode acontecer através da definição de regras que permitem ao colaborador acessar em horários pré-determinados, portais de notícias para se manterem atualizados além da liberação nesse mesmo espaço de tempo do uso consciente do webmail.
Para os colaboradores, a sugestão é de que cuidem de sua imagem, pois a tecnologia permite descobrir quem fez, o que fez e quando fez. Devem também de imediato conhecer as práticas de monitoramento da empresa onde atua, para não perder seu espaço, nem ser punido por mau comportamento.
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