A decisão do governo de prorrogar a partir de abril a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os eletrodomésticos de linha branca se traduziu em vendas maiores das lojas de varejo de bens duráveis. A alta de 1,5% em abril superou a de março (1,2%) e foi a maior desde dezembro (2,6%), mês no qual foi instituída a desoneração fiscal.
O setor foi o que mais contribuiu para a expansão das vendas do comércio varejista como um todo em abril.
Segundo Aleciana Gusmão, técnica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o corte do IPI foi o principal impulso às vendas, mas o setor respondeu positivamente também à estabilidade do emprego, à expansão da renda e ao crédito ainda em alta --apesar de já mostrar desaceleração nos últimos meses.
Na comparação com abril de 2012, as vendas de móveis e eletrodomésticos subiram 12,1%, também com a maior contribuição para o conjunto do varejo.
As vendas de veículos e motos também tiveram um desempenho melhor em abril, quando as vendas cresceram 0,2% em março. Foi a primeira taxa positiva em três meses e inverteu a queda de 1,4% em março.
O avanço, porém, não tem relação ainda com a redução do IPI para automóveis, que só passou a valer na segunda quinzena de maio. "Não houve tempo ainda de o setor reagir."
A melhora, avalia, se deve a uma recuperação natural das vendas após um longo período de queda e também a promoções das concessionárias para desovar os estoques elevados um dos fatores que levou o governo a desonerar a produção de veículos.
Na comparação com abril de 2011, as vendas de veículos, porém, registraram queda de 4,4%.
O ramo de veículos integra o indicador do comércio varejista ampliado, pois seus produtos são vendidos também no atacado. O índice (que inclui ainda material de construção) cresceu 0,7% de março para abril, numa taxa próxima à do varejo tradicional (0,8%).
Também sob impacto do IPI reduzido (medida que vigora desde 2009), as vendas das lojas de construção avançaram 1,8% de abril para março.
Supermercados
O fraco desempenho de supermercados reflete o fato de a Páscoa ter caído na primeira semana de abril.
Desse modo, as vendas de ovos de chocolate e de outros produtos típicos concentraram-se em março neste ano. Já em 2011, a principal data do calendário litúrgico cristão situou-se no final de abril, mês no qual houve o maior volume de vendas.
Desse modo, o setor registrou uma queda de 0,8% de março para abril.
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