A redução do IPI para as montadoras que usarem peças nacionais não será repassada ao consumidor. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, o objetivo da medida foi incentivar a inovação tecnológica do setor, e não o consumo.
- O objetivo é a inovação tecnológica: ou você dá melhores conteúdos, melhor conforto, melhor tecnologia, mais segurança, ou você dá preços mais competitivos. É o equilíbrio das duas coisas, dependendo do que o consumidor prefere.
Segundo o executivo, que anunciou ontem novo recorde de produção em julho, é "viável" um índice de 60% de componentes nacionais nos veículos produzidos no país para que tenham uma alíquota menor no IPI.
Ele lembrou que esse índice de 60% é exigido de componentes fabricados no Mercosul para os carros comercializados com isenção de imposto entre os países no bloco. Belini não soube informar qual é hoje o percentual só de peças brasileiras.
As explicações do governo sobre os incentivos ao setor automotivo provocou alvoroço na Anfavea na quarta-feira. Assim que a Receita Federal começou a detalhar o regime para a imprensa, a Anfavea ligou para o Ministério da Fazenda para dizer que estava preocupada com a possibilidade de a população entender que a redução do IPI resultaria na queda dos preços de veículos. Assim, as vendas poderiam começar a cair. Os consumidores costumam segurar compras quando acham que o preço vai cair. A cobrança da Anfavea levou a Fazenda a divulgar uma nota à imprensa tarde da noite informando que o novo regime não tem como objetivo incentivar o consumo.
Em julho, a produção das montadoras brasileiras foi recorde para o mês. Foram fabricadas 307,2 mil unidades, 3,9% a mais que em junho e 5,7% a mais que em julho do ano passado. Já as vendas alcançaram 306,23 mil unidades em julho, superando em 1,3% as 302,33 mil unidades do mesmo período de 2010.
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