Considerando apenas o Estado de São Paulo, o percentual é
maior (31,7%).
Segundo entidades consultadas pela Folha, grande parte das
empresas que ainda não se adaptaram é de pequeno porte. Entre os motivos, estão
a necessidade de atualizar o software que emite os documentos fiscais e a
espera pela regulamentação, que deve sair em março.
"As grandes redes já têm os cupons com os tributos, mas
os pequenos ainda acham que o processo é complexo", diz Othon de Andrade
Filho, diretor do IBPT.
Marcos Batista, 27, proprietário da loja de roupas Day
Night, no Bom Retiro, no centro da capital paulista, ainda não sabe como vai
fazer as alterações. Ele pretende conversar com seu contador para entender a
mudança -as penalidades entram em vigor a partir de junho.
"É complicado. Não sei como vai funcionar, se cada
categoria vai ter um imposto."
Essas dúvidas são as mesmas de outros micro e pequenos
empresários, alguns dos quais não têm nem computador em seus pontos.
PROCESSO
Não é necessário, porém, ter um contador para se adaptar à
legislação.
Como explica o presidente da Afrac (Associação Brasileira de
Automação Comercial), Araquen Pagotto, o lojista deve pedir à empresa
responsável que inclua no software da impressora fiscal os valores aproximados
dos tributos de cada produto ou serviço.
Os impostos nacionais, estaduais e municipais de mais de 100
milhões de itens estão listados em tabela no site do IBPT. Por enquanto, a
entidade é a única que oferece as informações, que devem ser inseridas no
sistema.
O que o consumidor vê no final da nota é a soma de todos os
tributos dos produtos ou serviços comprados e a participação no total.
O processo, porém, pode ter custos adicionais. A atualização
do software nem sempre sai de graça. Segundo Andrade, isso depende do contrato
dos estabelecimentos com as desenvolvedoras.
Para o economista-chefe da ACSP (Associação Comercial de São
Paulo), Marcel Solimeo, a espera pela regulamentação, que está sendo feita pela
Secretaria da Micro e Pequena Empresa, é outro motivo da não adaptação.
Solimeo acredita que a medida vai acabar com as diferentes
interpretações sobre quais tributos colocar na nota -e de que forma- e também
deve permitir, por meio de um cadastro, que outras entidades além do IBPT
forneçam o valor dos encargos.
ERROS
Os erros na descrição dos impostos são comuns até nas
grandes empresas, diz o diretor do instituto, citando como exemplo uma
companhia aérea que deixou de listar alguns tributos.
O ministro da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif
Domingos, afirma que a regulamentação deve seguir o que já está sendo feito.
"Vamos continuar usando o valor total e flexibilizar as formas de exibir
os impostos."
Afif citou o caso de postos de gasolina e estacionamentos,
que oferecem poucos serviços e produtos e, às vezes, divulgam os impostos em
placas. Essa fórmula não é aceita por entidades como IBPT e ACSP, mas pode ser
validada pela regulamentação.
"Os cidadãos ainda não foram devidamente alertados da
alta carga tributária que pagam." Para Afif, a lógica é simples:
"Pago, logo exijo".
Fonte: JAPs
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