No contexto do abaixo-assinado, alguns
porta-vozes da indústria farmacêutica chegaram a afirmar que os medicamentos no
Brasil deveriam ser isentos de tributação. Esta realidade ainda parece muito
distante, uma vez que a carga tributária é histórica, quase que elemento cultural,
tendo sido iniciada nos primórdios do Brasil colonial com o quinto do ouro.
Segundo o IBPT, a carga tributária brasileira é representada por mais de 60
tributos diferentes que são cobrados das empresas e pessoas físicas consumindo,
aproximadamente, 40% de toda a renda auferida. Mas de onde vem tanta cobrança
de imposto? Será que existe algum remédio capaz de reduzir a carga tributária
no Brasil?
Os representantes da indústria farmacêutica
acreditam que sim. Quem está por traz deste abaixo-assinado é a Frente
Parlamentar para a Desoneração de Medicamentos, que busca, no âmbito
legislativo, regras que equiparem os medicamentos ao patamar da cesta básica
(isenta de tributação do PIS e da Cofins).
Sem dúvida alguma, um abaixo-assinado deste
porte tem grandes chances de resultar em políticas que amenizem a carga
tributária sobre os medicamentos. Não é à toa que, em menos de uma semana após
a entrega do abaixo-assinado, a Câmara dos Deputados já se reuniu para discutir
a instalação de uma comissão especial destinada a analisar todos os projetos já
entregues referentes à redução da carga tributária de medicamentos. Segundo
Sérgio Mena Barreto, presidente executivo da Associação Brasileira de Redes de
Farmácia e Drogarias (Abrafarma), 20 projetos de lei tramitam no Congresso a
respeito deste assunto.
Pensando a longo prazo, interessante seria se
também houvesse alguma ação direta dos contribuintes do setor farmacêutico na
busca de se alcançar uma simplificação no modelo de tributação adotado pela
legislação vigente. Atualmente, os procedimentos tributários para a indústria
farmacêutica são dificultosos e burocráticos, levando os contribuintes a
gastarem tempo e dinheiro para aderir seus sistemas internos às regras de
tributação. Mas isto é diagnóstico para próximas consultas.
Para os partidários que acreditam que
"para tudo, tem remédio", resta saber se o abaixo-assinado em questão
atingirá seu objetivo ou se os efeitos serão meramente paliativos. O
abaixo-assinado também foi entregue na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Vamos aguardar os próximos passos do tratamento, se é que haverá cura.
Fonte: DCI – SP
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