A identificação de possíveis erros de gestão e a renegociação de
dívidas junto aos credores são algumas das ações que ajudam a tirar as MPEs da
UTI.
Nos oito primeiros meses de 2013, o Brasil viu surgirem 1,25 milhão de
novas empresas, de acordo com o Indicador Serasa Experian de Nascimento de
Empresas – um bom panorama, demonstrando que apesar do cenário de atividade
econômica fraca e inflação alta os empresários brasileiros continuam
confiantes. Entretanto, não basta apenas espírito empreendedor: é preciso saber
fazer uma boa gestão, administrando (e corrigindo) possíveis falhas, sem pressa
e com planejamento financeiro. A ausência destas diretrizes faz com que,
enquanto muitos empreendimentos sejam iniciados, outras tantas empresas corram
o risco de fechar.
De acordo com os especialistas da Serasa Experian, a falta de gestão
administrativa profissional e a ausência de diretrizes financeiras claras leva
grande parte dessas companhias, principalmente micro e pequenas, a fecharem as
portas em pouco tempo – tanto que, nos mesmos oito primeiros meses de 2013, 44%
das empresas que tiveram falência decretada foram MPEs. O despreparo na
condução dos negócios e a ansiedade dos empresários frente às dívidas podem
selar o destino dessas empresas.
Diante de uma crise financeira interna, muitos empreendedores
acreditam que as vendas vão crescer e as contas em aberto serão sanadas no
próximo mês – o que, na maioria das vezes, não acontece. Segundo os
economistas, entender que a crise é real consolida o primeiro passo para tirar
a empresa da UTI.
Veja mais dicas dos economistas da Serasa Experian:
1. Reconheça as dívidas
Anote quanto você deve a cada fornecedor, instituição financeira e ao
Governo (taxas e impostos), bem como eventuais atrasos de pagamento e encargos
aos funcionários.
2. Identifique os erros
Procure entender os fatores/situações que levaram sua empresa a estar
no vermelho. Falhas na gestão? Compras mal dimensionadas? Custos elevados?
Precificação incorreta de produtos e serviços oferecidos?
3. Corte gastos
Identifique e corte os excessos, como o uso de telefones fixos ou
móveis e o desperdício de energia e materiais.
4. Localize dívidas mais graves
Identifique as dívidas em pior situação: aquelas que acarretam juros
altos e impossibilitam a tomada de capital de giro ou ainda dívidas que
impossibilitem a continuidade do negócio – como dívidas com fornecedores de
matérias primas. Lembre-se de que, no caso dos impostos atrasados, há a
possibilidade de parcelamento, muitas vezes em até 60 meses sem juros. Em
seguida, identifique quem é o credor desta dívida – para procura-lo e tentar
negociar a dívida em aberto.
5. Estabeleça condições reais de pagamento
Ao renegociar, saiba qual sua verdadeira capacidade de pagamento,
tendo em vista a crise que a empresa atravessa – e tenha essa capacidade em
mente. Pedir um alongamento do prazo para possibilitar a redução do valor de
cada parcela é uma boa maneira de não se comprometer com parcelas que estão
além da sua capacidade financeira.
6. Evite o efeito bola de neve
Muitas empresas fecham as portas porque postergam as ações
emergenciais diante da crise financeira. O ideal é procurar os credores para
tentar renegociar as dívidas antes que elas escapem ainda mais do controle, o
que acarretará descrédito do mercado e perda de fornecedores, além de
restrições cadastrais.
7. Peça ajuda
Quando o apoio técnico de uma consultoria especializada couber no
orçamento, vale a pena recorrer. Grandes aliadas podem ser ferramentas que
permitem o acompanhamento de quando apontamentos negativos estão sendo
incluídos ou excluídos do CPNJ da empresa. Vale ainda fazer o monitoramento da
inclusão das pendências financeiras relativas aos sócios, uma vez que estas
informações também são consideradas na análise de crédito da empresa.
8. Faça planos
Estabeleça metas a serem alcançadas no curto, médio e longo prazo. À
medida que conseguir atingir os objetivos, o empreendedor se sentirá mais forte
para seguir adiante.
9. Aprenda com os erros do passado
Uma empresa em crise é a prova de que algo foi mal executado. Ao
tentar sair do colapso financeiro, evitar cometer os mesmos erros é
pré-requisito para o crescimento da MPE.
Fonte: Administradores.com
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