segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Teto da Previdência deve ir para R$ 5.203 com novo salário mínimo

O ministro da Previdência Social, Miguel Rossetto, afirmou que não há risco de o governo federal e de outros governos não terem recursos para garantir o pagamento do aumento do salário mínimo, que passará para R$ 880 a partir de janeiro.

Segundo ele, os parâmetros de arrecadação também serão aumentados, garantindo recursos para o pagamento. Ele citou o aumento do teto do valor da Previdência Social, que deverá passar de R$ 4.663 para R$ 5.203. Este valor teto baliza o desconto do INSS no salário dos trabalhadores.

Rossetto defendeu a política de valorização do salário mínimo, que foi responsável por um aumento real de 76% desde 2003. Segundo ele, essa política está assegurada até 2019 por iniciativa da presidente Dilma Rousseff aprovada pelo Congresso.

"A renda nacional é responsável por grande parte da dinâmica econômica, mais de 60% do dinamismo. Essa política tem permitido fortalecer e ampliar o mercado interno. Tem diminuído as desigualdades de renda e elevado a qualidade de vida. É uma política correta valorizar e estimular o mercado interno. É um vetor forte do nosso desenvolvimento", afirmou Rossetto.

Segundo ele, a correção do salário mínimo neste ano pela inflação vai garantir a manutenção do poder de compra dos trabalhadores e, com a expectativa de redução da inflação no próximo ano, poderá haver um ganho ainda maior para os que dependem dessa renda.

"O trabalhador está sendo respeitado nos seus direitos. Estamos garantindo qualidade de vida, poder de compra, investimentos e dinamismo nas economias locais", afirmou o ministro. "Estamos trabalhando para reduzir a inflação em 2016. Tanto menor a inflação, maior a valorização do poder de compra."

O ministro afirmou que a política econômica em 2016 terá como objetivo o crescimento, com a ampliação do crédito e do investimento, para recuperar empregos. "Nossa expectativa é iniciarmos a recuperação de empregos em 2016", disse o ministro.

REFORMA

Rossetto afirmou que todo o governo está empenhado em fazer a reforma da previdência e afirmou que trabalha com o prazo de enviá-la ao Congresso no primeiro semestre de 2016. Ele se mostrou favorável a um modelo que seja mais parecido com o que foi aprovado no Congresso este ano, que une idade do trabalhador com seu tempo de contribuição.

"A agenda da previdência social, a partir da Constituição de 88, em todos os anos houve modificações porque o sistema previdenciário é vivo e aberto e deve permanentemente ser aperfeiçoado", afirmou Rossetto. "As mudanças feitas todos os anos têm como objetivo preservar a previdência como patrimônio da sociedade e para sempre."

Segundo ele, haverá um amplo diálogo com a sociedade, com um fórum com trabalhadores e empresários já marcado para fevereiro, antes de ser enviada a proposta ao governo. Para Rossetto, os desafios previdenciários colocados pelo envelhecimento da população foram enfrentados por todos os países e o mesmo se dará no Brasil, mas num ambiente de diálogo.

"Temos que construir consensos que possam garantir direitos e sustentação financeira equilibrada da previdência", afirmou Rossetto.

Fonte: Folha de São Paulo

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